11.6.08

Umbigo, parte 2

Em mais conversa com a jornalista da Globo, ela me revelou que estava difícil colocar reportagem no Jornal Nacional, por conta da quantidade de pautas factuais que invadiam a redação. Disse que nas últimas semanas, com a história dos Nardoni, era impossível. Comentei que nem João Hélio tinha tido destaque tão grande. Mas não esperei o que vinha. Fazendo juízo de valor, ela começou a tentar me explicar (e justificar) a dimensão que as duas notícias tiveram, ressaltando que, no caso de Isabella, havia a gravidade dos nomes do pai e da madrasta estarem envolvidos no crime. Bombardeou um discurso clichê do choque, dos valores e da família destruída. Fiquei mais uma vez assustado com sua pura e fiel encarnação do padrão Globo do Jornalismo. Até que, enfim, ela completou que - olhar de horror - não poderia dizer qual o crime mais cruel, como se tudo aquilo de Jornal Nacional cheio (e a ojeriza da nação aos acusados) dissesse mesmo respeito aos crimes.

Depois disso, fiquei imaginando se Bonner e Bernardes fazem papai-e-mamãe com "boa noite, e até amanhã".

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