8.5.07

Do Make Say Think



O melhor é que a versão de estúdio tem a mesma duração de um cigarro.

22.4.07

Vocês tão me entendendo

luís diz:
hahaha
é, eu nem percebi que chegou
e já se tornou algo tão corriqueiro
há 3 dias tem show de chico buarque todo dia no recife
hahaha
parece que vai ficar assim pra sempre
natália; diz:
hahahaaahahaha
depois só em 2014.
luís diz:
é, pros anjinhos
natália; diz:
que horror
asuauhsuha
chico aos 70 cantando
:~~~~
luís diz:
ele sussurrando no microfone
aí dá uma risada, faz uma alusão ao futebol e as pessoas morrem
natália; diz:
uashauhsau
é chico ou lula?

19.4.07

E se eu fosse um vendedor

- Me dê uma cueca, por favor.
- Box ou KS?

16.4.07

Pensando bem

Não nasci pra viver a cultura pop. Na verdade, eu sou um pedacinho de filosofia de esquina.

23.3.07

Pois é

Não deve existir nada mais sincero que dar nome a uma música do Explosions in the Sky.

15.3.07

Pequenas misses, pequenas notas

Eu acho que Pequena Miss Sunshine ganharia o Oscar no quesito "peculiaridades". Não é preciso falar de Abigail Breslin, a menina mais fofa que fez um monte de gente chorar só de ficar de olhinhos molhados com o vovô (e merecia mil prêmios de melhor atuação mirim). Fiquei impressionado quando vi que Michael Arndt é roterista estreante. O cara conseguiu criar argumentos pra ganhar da Academia o Oscar de melhor roteiro no seu primeiro projeto. A propósito, sob minha humilde opinião, o trabalho não tem muitos traços hollywoodianos (e isso explica as poucas chances de levar o troféu de melhor filme). É só pensar no contraponto entre ele e Crash que, no ano passado, levou o maior prêmio com todas as alegorias da sensação e do lugar comum mais adoradas. Pequena Miss Sunshine tem uma leveza incomum no mainstream cinematográfico, que me lembra um pouco o clima de filmes como Sideways e Flores Partidas, cheios de sutilezas que brincam intermitentemente com o dramático e com o cômico, sem dissociá-los. Mas o fato é que, de qualquer forma, é um filme independente. E o curioso é que o orçamento de Crash ainda foi menor: US$6,5 milhões, contra US$8 milhões da saga de Abigail. Dois mais dois não é igual a quatro. Mas.

Jonathan Dayton e Valerie Faris, eis um casal de peculiaridades realmente curiosas. Os dois, casados, cheios de filhos, beirando os 50 anos, e trabalhando quase que necessariamente juntos há anos e anos e, mais engraçado ainda, na indústria de videoclipes. Pequena Miss Sunshine é o primeiro longa dos dois, depois de um currículo que contém trabalhos com Weezer, R.E.M., Smashing Pumpkins e coisas mais chatas como Offspring e Janet Jackson. Fico incrível com algumas tomadas primorosas do filme, como a (que não me sai da cabeça) cena do surto de Dwayne, no meio da estrada. O clima road tripping é fantástico, e não teria muito da força sem a trilha maravilhosa no fundo. Todo o ludismo da combe amarela pelos cenários meio verdes, meio azuis, meio vermelhos, sempre coloridos me fascinou. Enfim, o elenco primoroso que conflui, através de todos os conflitos (bem duros, inclusive) particulares a cada personagem para o fim da estrada que, entram os créditos, me deixa extremamente eufórico. Eu diria sorridente. Um filme tão duro e que faz você sair tão feliz do cinema. Sorrindo de verdade, tranqüilidade de horas. Nunca vi.

Próximo projeto de Michael Arndt: Toy Story 3, previsto pra 2009. Entenderam?

Foto do casal maravilha da direção:

Hering

Nunca botei foto pessoal aqui, mas essa vale pelo degradê bonitinho.



Turma de Jornal. Ê, degradação.

14.3.07

Dwayne



5.3.07

Homenagem ou Declaração bombástica em sépia

Sobre Gustavo, um amigo geograficamente distante mas sobriamente presente.

Perfil

Nome: Gustavo de Almeida Jobim
Nascimento: 25 de janeiro de 1927
Naturalidade: Bem brasileiro, com histórico em Amsterdã
Sexual orientation: Straight
Hobbies: Fumar, inventar Bossas Novas e monitorar jovens compositores
Cor preferida: Marrom e Branco
Paixões: Camel e (quase) todas as cervejas, inclusive as holandesas
Curiosidades: Há alguns anos, visitou o Recife para uma cerveja no boteco em frente ao bar Central
Controvérsias: Há quem diga que ele que compôs as Bárbaras, até então atribuídas a Chico Buarque
Vestimenta: Camiseta não muito curta, jeans e Adidas
Lugares: Pode ser visto, durante a madrugada, no Café Lamas (desde 1872) (http://www.tempero.com.br/lamas)
Frase de impacto: "Cariocas não visitam o Corcovado".
Ídolos: Ele mesmo - e eu, claro
Filosofia de vida:



Legenda:

1. Eu...
2. ...OOOOO...
3. ...DEEEEIO...
4. Djavan.

Fonte: Wikipedia

1.3.07

Prêmio

shoo shoo diz:
eu achei teu nome no cartaz

Profiteroli pra Sininho!

28.2.07

Doce e Salgado

Dia 5 de março, às 19h, será exibido Doce e Salgado na Fundaj. Vão aí o cartaz e o teaser pra fazer a divulgação básica. Quem achar meu nome no pôster ganha um profiteroli, com i.






O evento é o lançamento dos curtas realizados no Curta em Curso. Pra quem quiser ver, tem mais três produções.

26.2.07

Guinessing

Ouvi Clube da Esquina 144 vezes na última semana. Tá confirmado, foi o Last.fm quem disse.

25.2.07

Quote

- I used to write. Then I used to paint. I think I'm going to be one of those people with a lot of potential who never really takes off.
- Those are always the best kind of people.

Alguém, por favor, me dê o DVD de Personal Velocity. Nunca pensei que o SBT fosse mudar minha vida. Muito menos com legendas.

23.2.07

J. K. Rowling não esperava

Em breve, chega ao cinema o mais novo Harry Potter, desta vez exclusivo das telonas. A Warner Independent Films espera distribuí-lo entre as principais salas de exibição do circuito alternativo pornô.

O lançamento contém cenas de sexo explícito entre Harry e a ema Hermione. Harry mostra que aprendeu direitinho as habilidades de bruxo em Hogwarts e utiliza a varinha mágica com muita versatilidade. No auge da história, Harry e a ema jogam uma partida particular de quadribol. No fim, é claro, Harry tem um orgasmo.

Enquanto isso, J. K. Rowling escreve seu mais novo romance emplacador, em parecia com Dan Brown, um best-seller certo. O que mais vem por aí?


Radcliffe afirma ainda que este será o último filme de que participará. "Estou cansado de Harry Potter, o melhor fim para o bruxinho seria a morte". Todo mundo vira adulto um dia, e Harry Potter e os Prazeres da Zoofilia está aí para provar isso.

Mais informações absolutamente verídicas (e fotos do (ex-)brux(inh)o) aqui.

Jules, Jim, Milton, Borges...


Eu ia escrever um monte de coisa, seilaquê, sobre o Clube da Esquina, porque foi a única coisa que escutei a semana inteira. Justo aquele disco duplo de 1972, com algumas boas pérolas. Bem. Mais uma vez a Wikipedia me trouxe aquelas raras informações que - eu sei - inconscientemente eu cobiçava. Quem diria que Milton Nascimento teria começado a compor com Márcio Borges após assistir a três sessões consecutivas de Jules e Jim, ainda nos anos 60? Três sessões consecutivas. Eu tenho certeza que tem uma grande aura em torno de todas as coisas que eu gosto. Há toda uma ligação até espiritual, sério. Ou astral, salientando que, neste caso, não digo à toa.

Quanto às raridades do disco. Primeiro, por que ele é comercializado sob a autoria de Milton e Lô Borges, se são tantas as figuras que cooperaram efetivamente como autores? Descobri que só é assim na América. Pois podem olhar meu Last.fm, eu fiz questão de modificar todas as informações do disco, música por música, e tá lá o velho Clube da Esquina subindo de posição dia a dia.

Agora, de fato, as raridades. Puta merda, Clube da Esquina n.2 já foi música até de novela, não lembro qual, alguma das seis, e tem mesmo todo o apelo emotivo de quem precisa dar uma choradinha clichê num canto do quarto. Em seguida vem Paisagem da Janela. Não tem canção mais difundida pela Nova Brasil FM - claro, na voz de Beto Guedes - e eu adoro. Cavaleiros marginais à parte, vem Me Deixa em Paz logo mais, na voz de Alaíde Costa, creio. Eu fico pensando: cadê Thalma de Freitas pra cantar essa pra mim?

Mas eu gosto mesmo é de Cais, com a letra astral-poesia-quase-barata-mas-muito-sincera (invento o amor/e sei a dor de me lançar) que me lembra É de Lágrima, do Los Hermanos. Aliás, entendi de onde Marcelo Camelo tirou todas as letras. É só ouvir o disco de 72. Bem, o fim de Cais é o triunfal tema para piano que se transforma em violinos agudos e climáticos em Um Gosto de Sol - deu pra sentir a quantidade de referências aos astros, fenômenos da natureza e todo o acervo juvenil de rimas pra poesia despretensiosa? Trem Azul, quando na canção do vento/não se cansam de voar as lembranças da minha infância cheia de Elis Regina. Sei que nada será como antes.

E isto não é mesmo um faixa-a-faixa. Não vou falar de Um Girassol da Cor de seu Cabelo, que já é pedir muito.

21.2.07

De volta

Depois do carnaval, que é sinônimo inevitável de conjunto-de-dias-mais-intensos-do-ano, resolvi atribuir alguma função à ressaca. Comecei a fazer reflexões e cheguei a umas conclusões que, tenho certeza, acharia ainda mais engraçadas, se não fossem tão tristes. São esses efeitos do passar do tempo. Ele sempre, sem nunca terminar, acaba desvelando as máscaras de tudo, em alguma proporção. A gente freqüentemente se surpreende com o mundo e as pessoas, pro bem, pro mal, ou mesmo sem maniqueísmos. E não é crise não, é só graça.

Mais interessante é a maneira que as pessoas submergem em vaidade. E quem parecia tão autêntico é tão vulnerável. No fundo, eu queria entender se alguém possui essa força ou se ela é mesmo sem-dono. Em caso do possuidor aparecer, não me apresentem. Já basta de perigos. E de surpresas, he.

30.1.07

Neon Bible



Legenda: The Arcade Fire SECRET SHOW in Montreal, January 20, 2007 at the Polish Catholic Church at St. Urbain and St. Viateur.

Ah, a música é Black Mirror.

Tchan de Jesus



"Sempre convido uma atração gospel para abrir meu show, com canções alegres de louvor a Jesus. Nada melhor do que iniciar um trabalho agradecendo a Deus, né? É só benção", disse Carla.

A melhor declaração dos últimos dias. Em breve, o mercado de música gospel do Brasil vai ser constituído essencialmente por celebridades decadentes. A gente ainda tá na fase anos 90, mas fico esperando ansiosamente pela vez de Sandy. Vai, daqui a uns 30 anos acontece.

Mais detalhes, ver notícia bizarra da Folha Online.

29.1.07

Semiótica

Na banca...



...e aí eu penso: "Mas, caralho, já tem revista até sobre penitenciárias!"

Onde o jornalismo poderia chegar, hein.

28.1.07

Conversa de posto de gasolina

- Ontem, na festa, vi a coisa mais bizarra.
- O quê?
- Nessa onda das camisas cheias de nomes e números desconexos, um cara tava vestindo um troço absurdo.
- Hum.
- Uma camisa, não lembro bem a cor, com 1964 escrito em lantejoulas prateadas.

!!!

- Tipo. Só o ano, sem mais nada escrito?!
- Sim. Só o ano. MIL NOVECENTOS E SESSENTA E QUATRO, em lantejoulas prateadas.
- Caralho.
- Alguém, pra vestir uma camisa dessas, tem que ser tão vazio quanto a própria.

26.1.07

Diva, parte 2



Já que ela tem umas coisas mei bregas (principalmente quando entram os saxofones) mas tem umas coisas divertidíssimas também. E bonitas. Principalmente (já que uma euforia na mão vale mais que mil racionalizações voando) neste disco de 1988, que tô redescobrindo.

Recomendo Ná Ozzetti em Ah! e Cardápio Barra Pesada (com participação de Itamar Assumpção, inclusive), pelo divertido e, bem. Diva, da letra ali embaixo, pelo bonito.

Queria um podcast.

Diva

Cada palavra que eu não digo
Digo
Digo-lhe tudo pra se parecer comigo
Cada palavra que eu não deva
Digo
Devo-lhe tudo pra me parecer contigo

(Dante Ozzetti)

24.1.07

Lead

O curso de Jornalismo enfim surtiu um efeito. Deixei de usar conjunções concessivas.

Quando se percebe que algo na sua vida de fato mudou

- Então, você viu que estreou o filme de O Perfume?
- Vi. Lembrei de você.
- O diretor é legal, mas não vi o filme ainda.
- Não li nada sobre, mas o elenco é fudendo. Leu o livro, pelo menos?
- Claro. Naquela época.
- Parece que falas dos dinossauros.
- É. Verdade.

E, pensando e repensando quantas vezes forem, não é que é mesmo? Aí você tem vontade de virar e apertar mãos assim, distante, como se fosse o primeiro cumprimento da sua vida e no fundo no fundo não existisse aquela cumplicidade irremediável com o que um dia foi íntimo.
Não cheguei a entender por que ninguém veio se sentar ao meu lado. O ônibus deu a seiscentésima octogésima quinta partida do dia, o céu um tanto crepuscular e os MP3 players forjando os sons do mundo nos ouvidos de dezenas de universitários. Cada mulher daquelas de mamilos enormes que acomodavam-se excitadas sob o voluptuoso fim do dia ou os homens de pau duro segurando os manuais de física e me incitando a estruturar mentalmente a anatomia fisiológica dos seus mapas internos, o itinerário dos transportes interurbanos entre nossos organismos diversificados. Não. Não havia qualquer fórmula que me imprimisse matematicamente a certeza das suas sexualidades ou sexismos. Era tudo eterno fruto do meu imaginário pagão. Desejava a companhia de quaisquer, proporcionalmente ao tom veloz em que o ônibus lotava de passageiros todos os seus assentos. Aguardava calado em minha introspecção meio vazia, o olhar incômodo flechado a cada um e a cada uma que invadia o corredor metálico. Por que ela não se sentou aqui, essa de verde musgo e olhar quase firme? Me achou feio ou desinteressante? Foi esta minha camisa um tanto suada e descosturada em todos os meus sovacos, eu sei. Ou não. Ela crê que não gosto de meninas. Ou talvez ela não goste de meninos. Meninos como eu. Vazios e incomodados. Não, não. Ele, aquele de bermudas, cara alegre e cruel, também nem percebi diferenças ou interesses, e hei de crer que são os rasgões desconcertantes nas bocas da minha calça jeans verde. Não musgo. Piscina, floresta, limão, doença, esperança, réptil, uma caixinha de remédios estranhos ou uma embalagem de Nestea. Quero um Nestea. Dividir com meus amigos de sonho e de vazio um chá cheio de conservantes e ils e ilas e anfetaminas, cocaínas e esse sabor ácido de tudo. Um ácido. Um cigarro. Neste ônibus cheio de assentos cheios, onde só minha companhia se resguardou e não veio, faltou, sem presença neste internato efêmero de universitários que compartilham os tesões na minha ausência de sobriedade sem vírgulas. Um cigarro. Quero um cigarro para a minha descompanhia.

13.1.07

Top 5 mulheres em cenas de filmes

Quanto mais imposta, disposta e forte, melhor. Tem que ter charme e há de ser superior. Ainda que destruída pelas circunstâncias, deve inclusive ser a fonte da perturbação. Sempre aquelas que marcam. Sempre aquelas que possuam o punctum de Barthes.

1. Nicole Kidman como Grace, na já vazia Dogville, recomposta e unânime, aponta a arma para Thom e diz: "Goodbye, Thom", encerrando o que ainda houver de inacabado.
2. Em Lucia e o Sexo, Paz Vega como Lucia, nas cenas de sexo, transforma-o em crua poesia sem anular sua crueza.
3. A Julie de Juliette Binoche afoga as mágoas na piscina de A Liberdade é Azul. As lágrimas são a piscina é o azul é a liberdade é a inteireza.
4. Naomi Watts e Laura Elena Harring, apaixonadas, no Club Silencio. O playback melodramático deixa Betty e Rita em prantos. Aniquila-se o sonho.
5. Fernanda Torres em Eu Sei que Vou te Amar descobre-se, levanta-se, coloca um chapéu, passeia pelo cômodo enorme. Discursa e discute com o personagem de Thales Pan Chacon. "O que vai ser de mim?"

7.1.07

-----------------

Olhando assim, desta janela enorme, somos dois pontinhos tracejados, um após o outro, de acordo com a avenida horizontal. Você, tão maior e também tão menor, de um lado duvidando da giganteza do meu pôr-do-sol, do outro improvisando um raio qualquer que incida da nossa pequenez enorme. No background, a música matinal soando de uma esquina desses bares eternos. É a official soundtrack do sol precoce dando o tom de catarse do climático screenplay, que ruma pelo nosso tracejado até o próximo quarteirão.

Licença poética.

4.1.07

Ano novo, de novo

Para 2007, acima de qualquer coisa, menos angústia criativa.

E no primeiro dia do ano...

- Minha sinapse tá tão ruim.
- Minha sinopse é tão ruim.

Fim