19.12.06

Lynch independente e sem película



Vem aí­ o novo trabalho do Lynch que eu espero ansiosamente há mais de um ano: INLAND EMPIRE, assim mesmo, todo em caixa alta. Os fãs sabem que o último trabalho do diretor foi em 2001, na Mulholland Drive que eu gosto muito mais que a trivial Cidade dos Sonhos em português. O novo do Lynch é totalmente independente, é o mais exageradamente bizarro desde Eraserhead, dizem, e agora com duração em dobro: quase três horas. Lynch mantém sua parceria com os franceses do Studio Canal+ e não só cria livremente com os personagens controvertidos de (mais uma vez) Laura Dern, Justin Theroux e, desta vez, Jeremy Irons, num clássico (mesmo que, no caso de Lynch, nem tanto) papel metalingüístico de diretor de cinema, como também cuida diretamente da distribuição. O Globo diz que, desta vez, Lynch tem "ou uma obra-prima ou uma loucura total". E a imprensa internacional se divide entre aqueles crí­ticos mais conservadores da narrativa tradicionalesca e os ficcionados nas loucuras prazerosamente visionárias do diretor que, agora, faz o advento da tecnologia do digital. Pra ele, a opção permite uma liberdade extrema de criação. OK, né. Eu tô no aguardo ansioso, quem me conhece sabe. E espero surpresas, sempre. Lynch (como se vê no trailer) faz uma volta aos coelhinhos esdrúxulos interpretrados, em Rabbits, por Naomi Watts e Laura Elena Harring, consagradas pelas paradoxais interpretações no último filme de David Lynch, uma verdadeira obra-prima, eu arrisco sem medo de errar. E Laura Dern numa atuação que me intriga mesmo antes de assistir. Esperem.

O site oficial do filme: www.inlandempirecinema.com

Pra quem também tá no aguardo, o filme já estreou em algumas cidades norte-americanas e, quem sabe espero-não-esperar-muito em breve aqui no Brasil, talvez no Recife. Certamente há quem torça que nem eu.

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