11.8.08

Manhã

1. Hoje vivi um modo totalmente rewind. Existe todo aquele imaginário do funcionalismo público pouco fodendo pra você e eu nunca levo isso tão a sério, acho discurso total lugar comum. Semana passada, mesmo, fui atendido por uma funcionária super prestativa, eficaz e preocupada, que me recebeu com um sorriso, deu todo o apoio e melhorou meu dia. Não é que hoje, depois de um "oi" murcho, eu percebi que ela simplesmente não me reconheceu? Ainda perguntei "não lembra de mim?" e ela fez cara de irritada e disse "são muitos, né? Conte sua história que talvez eu lembre". Resultado é que eu acho que ela não lembrou mesmo e ainda me fez esperar enquanto conversava sobre o programa do domingo com as colegas de gabinete. No final deu um tapinha nas minhas costas e um boa sorte que pra mim soou extremamente melancólico.

2. Resolver burocracias à força às vezes é bom pela experiência diferente. Você vai pra um lugar diferente, conhece gente diferente, dinâmicas completamente diferentes e, quando não tem dinheiro, ainda pega aquela linha de ônibus que você nem sabia que existia. Hoje mesmo conheci uma parte bonita do bairro do Santo Amaro e finalmente descobri o que é o mercado de Santo Amaro. Adoro esses redutos refratários dos anos 50, com açougue, armarinho e clima pré-urbano. Peguei um ônibus qualquer na Cruz Cabugá, em frente ao mercado, e vi tanta gente que vinha de longe que me senti numa cidade grande. Pedi orientação a um cara bonito e legal que conversou um pouco comigo. No fim das contas, ele me deu um papel da igreja adventista "pra ler no ônibus". Foi a primeira vez que eu guardei um papel de igreja. Acho que soou como um boa sorte sincero.

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